quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A arte de presentear

Chique é consumir pouco e dar opção ao presentear

‘Presente deve demonstrar atenção e respeito à liberdade de escolha
Nada é mais deselegante do que consumir mais do que precisa, produzir dejetos desnecessários e presentear com objetos descartáveis e inúteis.
"Dá um vale presente", diz Claudia Matarazzo, autora de "Superdicas de Etiqueta" (Saraiva).
"Dá dinheiro!", diz a jornalista Danuza Leão.
Fino é liberar os amigos do presente e pedir que façam uma doação a quem precisa.
"Está na moda ser consciente. As pessoas sabem para quem fazer uma doação, como reciclar lixo e economizar água. Ainda bem", diz Maria Prata, editora da Fashion TV.

LIBERDADE DE ESCOLHA

Claudia Matarazzo, chefe do cerimonial do governo paulista, sugere presentear com uma tarde num spa, um passeio ou uma assinatura de revista. "Dá uma experiência de presente; não precisa ser uma viagem. O importante é que a pessoa tenha um tempo para si, mas dentro da preferência dela. E em aberto. Ela escolhe." Para ela, não é impessoal dar vale presente. "Muita gente acha deselegante. Não é. Você está dando a oportunidade de escolher. Nisso a pessoa pesquisa, vai à livraria, pede dicas, conversa. É uma experiência."

BOM É DAR DINHEIRO!!

Cada vez mais desapegada de bens materiais, Danuza Leão, colunista da Folha, conta que tenta consumir menos. "Eu não preciso de mais nada; foram tantos anos de supérfluos que sinto enjoo com tanta publicidade."
Danuza não presenteia ninguém nem gosta de ganhar presente. "Nem para neto. Se precisar, dou dinheiro. A pessoa faz o que quer. Não é romântico, mas é o que todo mundo quer."
"No Natal, eu queria que me dessem um bom comprimido para dormir ou uma passagem para viajar. Essas datas são muito pesadas!"

QUERO UM POUCO DE ARTE

Contrária a produtos descartáveis, Maria Prata, 31, é fã de produtos que reúnam informação, cultura e arte. "Pode ser uma camiseta. Mas uma camiseta ilustrada por jovens artistas. Há um diálogo entre moda e arte."
Ela sugere buscar nas novas galerias de arte obras acessíveis, que custam a partir de R$ 200.
"É uma coisa para sempre, que não vai durar só uma estação. Passa longe do descartável. Você financia um artista novo, compra um produto que também é uma informação e peça de divulgação de algo interessante."

Etiqueta do Presente

 

Presente Caro

Ninguém demonstra apreço com tíquete alto, mas com originalidade e dedicação: algo trazido de viagem: um ingrediente gourmet difícil de localizar: a camisa do time de futebol.

Pessoa que não precisa de nada.

Para ricos e desapegados, o melhor é um presente exclusivo, como flores ou chocolates exóticos.

Desconhecidos

Vale presente é impessoal para pessoas íntimas. Colegas de trabalho que não temos contato podem receber vale presente, que é sempre útil.

 

Presente é estar presente

Indicado para mãe, avó, tios e sobrinhos. O que eles querem é a sua companhia. Leve a pessoa para jantar, vá ao parque ou consiga dois ingressos para o show de Roberto Carlos.

 

Presente Inteligente

Quem está sem dinheiro

Pega até mal dar um presente caro. Dê algo feito por você. Que tal uma fotografia em uma moldura, a muda de uma planta, um bolo feito com receita da família.

Generoso

Se você não quer nem precisa de nada, peça aos amigos que doem, em seu nome, algo para uma instituição de caridade.

Interesseiro

Presenteie com generosidade porteiros, zeladores, faxineiras, professores do filho pequeno e outros prestadores de serviço que tornaram sua vida mais confortável neste ano. Não tem erro com vale compras, kits de produtos de beleza de lojas de boa reputação e coisa úteis em geral. Só não vale desovar o panetone da cesta da firma ou coisas que você ganhou e detestou.” Folha de São Paulo – 29/11/2010- Mercado pag.8

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