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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E-mail e Mensagens


LULI RADFAHRER

Sobre e-mails e mensagens


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A maioria das mensagens é inútil; quando toda conversa pode ser relevante, praticamente nenhuma o é
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"UM DOS PRINCIPAIS indicadores do final das férias é o reencontro com uma pilha de mensagens recebidas durante o período em que se esteve ausente. Rever e arrumar a comunicação interrompida sempre trouxe uma sensação acolhedora de importância, reverência e organização. Até porque o trabalho não era muito, e costumava ser uma boa alternativa à tediosa desarrumação das malas.
As tecnologias digitais desmaterializaram a informação e, nesse processo, a vêm tornando inadministrável. Volumes de correspondência que não seriam recebidos em décadas são agora acumulados em horas, a ponto de se tornarem uma das principais atividades profissionais. Quem nunca terminou um final de semana debruçado sobre seu notebook, organizando uma cornucópia de e-mails? Quem nunca começou um dia disposto a erradicar a caixa de entrada, só para descobrir, bem depois da hora do almoço, que a tarefa era impraticável?
Não é preciso voltar muito no tempo para lembrar da época em que era uma alegria receber uma mensagem, tema até de comédia romântica nos anos dourados do fim do século passado. Hoje, que até startups e videogames são transformados em filmes, as histórias em torno do e-mail e seus correlatos estão mais para o drama, o humor negro ou a piada sem graça.
Boa parte dessa insatisfação não vem das mensagens em si, mas de seu teor. A maioria delas -como a maioria da comunicação no ambiente de trabalho- é inútil, repetitiva ou indesejada. Mesmo assim precisa ser lida, respondida, copiada, reencaminhada, identificada, classificada, filtrada. Nesse sistema burocrático, tudo precisa ser guardado porque pode se transformar em documento legal. Quando toda conversa pode ser relevante, praticamente nenhuma o é.
O resultado é que há cada vez menos paciência para se ler mensagens, e cada vez mais filtros para bloqueá-las. Já que confrontar diretamente seus emissores é tão impossível quanto ignorá-las por completo, a única forma de liberdade e vingança contra essa opressão parece ser empilhar a correspondência em algum canto, guardando-a como se faz com velhos recibos e balancetes contábeis, para uma eventual e improvável consulta posterior.
Assim, Gbytes são ocupados por cópias de conversas profissionais, avisos de contatos em redes sociais, newsletters, mensagens de grupos de discussão, notificações variadas, comprovantes e confirmações, lembretes de calendários, malas diretas comerciais e tantos outros.
Na disputa entre a criatividade dos emissores, a resposta dos firewalls e sistemas anti-spam e a sobrecarga de seus usuários, o sistema de e-mail acabou perdendo sua previsibilidade. Até há pouco tempo, quem mandava uma mensagem de correio eletrônico partia de uma certeza técnica, uma confiança tácita, de que ele chegaria a seu destino ou voltaria ao remetente, como uma carta o faria. Entretanto, aos poucos, muitas mensagens digitais começam a desaparecer sem deixar rastros. O que aconteceu com elas só se pode especular: podem ter sido filtradas, encaminhadas para uma pasta qualquer ou simplesmente se perderam na imensidão das caixas de entrada.
Quem, afinal, nunca usou um filtro de spam como desculpa pela demora em responder a um e-mail?"

folha@luli.com.br

Fonte: Folha de São Paulo - Tec - 12/01/2011

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Conteúdo Digital - Ronaldo Lemos

INTERNETS
RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

O Brasil está por fora do novo conteúdo digital

"QUEM MORA nos Estados Unidos vive uma realidade diferente na internet. Há uma revolução em curso por lá nos serviços digitais.
Quem quer assistir a um filme pode ir ao Netflix.com e baixar na hora, pagando uma taxa por mês.
Para ouvir música, é o mesmo. Basta acessar o Pandora.com, digitar o nome do artista e ouvir.
Se a opção é assistir a um seriado de televisão, vá ao Hulu.com, em que é possível ver séries como "Glee", "House", "The Office" e assim por diante. Você clica e assiste legalmente, sem precisar baixar nada. A mesma coisa para games. Em redes como a Playstation Network, dá para comprar jogos bacanas, como Last Guy, tudo on-line.
Isso para não falar do "velho" iTunes, a loja de músicas da Apple que tem um catálogo enorme e vende música por faixa, de maneira conveniente e a um preço razoável.
Há até gente cancelando a assinatura da televisão a cabo para viver só de internet. Dizem que o conteúdo é melhor e ainda dá para economizar (o fenômeno foi apelidado de "cord cutting", "cortar o cordão").
Só tem um problema: nenhum desses serviços funciona no Brasil. Quando usados aqui, aparece um aviso do tipo "este serviço não está disponível no seu país por razões de licenciamento". O Brasil está fora do novo conteúdo digital.
Muita gente culpa os altos impostos, que impediriam, por exemplo, o iTunes de se instalar no país.
É claro que isso é importante. Mas a razão principal é outra: é caro e complexo demais conseguir licenciar os conteúdos para o Brasil. E isso esbarra no interesse das empresas locais. Haveria músicas e filmes disponíveis na internet que ainda nem foram distribuídos aqui.
Caetano Veloso é uma das poucas vozes que têm falado sobre isso.
Em sua coluna no jornal "O Globo", ele tem escrito sobre o iTunes. Quer entender por que o site não funciona no Brasil e torce para que isso mude, como aconteceu no México. Estou com ele. "
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2211201009.htm )

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

09/11/2009 - Lei e Internet

INTERNETS -( Parte do texto da Coluna do Folhateen 09/09/2009)

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

A lei da internet
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"Graças à megamobilização social que aconteceu na internet, começou na semana passada um projeto para escrever a lei brasileira de internet. A diferença é que ela vai ser escrita colaborativamente, na própria internet, e qualquer pessoa pode participar. O objetivo é proteger os direitos dos usuários, e não criminalizá-los.
Por 45 dias, qualquer pessoa pode participar da discussão pelo http://culturadigital.br/marcocivil/blog/ Terminado o prazo, será escrita a lei com base nas contribuições recebidas. Daí, por mais 45 dias, o texto será debatido de novo e apresentado ao Congresso.
O que acho mais bacana é usar a internet para construir uma nova lei, algo inédito aqui no Brasil. Tomara que a moda pegue e o mesmo processo seja usado também para outros temas. É uma nova maneira de participação e representatividade. Ainda é cedo para saber se tudo vai dar certo. Mas, no mínimo, é um projeto para ser arquivado na pasta daqueles que sonham em reinventar a velha ideia de democracia. "