sábado, 22 de janeiro de 2011

Felicidade - Infância e Velhice

Acredito que a Bianca e eu sejamos felizes com a mesma intensidade.


Picos de felicidade estão na infância e na velhice

IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO

... quanto mais os anos forem passando, mais feliz você será. Isso está estatisticamente provado.
Os números apareceram quando, no final do século 20, um ramo da economia começou a estudar e a medir quantitativamente a felicidade, a partir de pesquisas populacionais.
Os principais fatores observados foram gênero (mulheres são, em média, mais felizes), personalidade (neurótica ou extrovertida), circunstâncias (relacionamentos afetivos, educação, renda) e idade.
Seria lógico concluir que, no último quesito, a felicidade é uma linha que começa no alto, nos anos dourados da juventude, e entra em queda contínua na medida em que também caem cabelos, vigor físico, estrógeno e testosterona, entres outros.
Mas não foi isso o que as pesquisas mostraram. A relação entre felicidade e idade é uma curva em "U": começa alta, atinge o ponto mais baixo na faixa entre 40 e 50 anos e parte para uma linha ascendente na velhice -agora, chamada de terceira idade.
A geração que passa a ocupar o lugar de terceira idade tem a expectativa de passar muito anos nessa fase da vida. Quem não acreditava em ninguém com mais de 30 anos chegou à faixa que vai dos 46 aos 65.
"Uma característica dessa geração é o caráter de inovação e transgressão. A cada nova etapa da vida (adolescência, vida adulta), essas pessoas mudaram radicalmente o modelo anterior, e isso deve acontecer na fase do envelhecimento", diz a psicóloga Luna Rodrigues Freitas Silva.
"Está sendo criado um novo modelo para a velhice, que tem a ver com a busca de atividades que tragam satisfação", diz ela.
Essa busca reflete outra característica geracional: a ideia de deixar uma marca pessoal. "A terceira idade pode se apresentar como o momento certo para aprofundar as características individuais", acredita a psicóloga.
Tempo, dinheiro e desobrigação de constituir família seriam condições ideias para buscar alternativas de atividades e criar novos laços afetivos, eróticos ou não.

JUVENTUDE
Para Silva, querer preservar a juventude para realizar renovações é positivo, mas a obrigação de permanecer jovem e não aceitar a transformação do tempo é complicada e traz sofrimento.
Talvez o maior desafio dessa geração, marcada por ideais de liberdade, seja o de manter a autonomia para fazer tudo isso.
"O ideal de saúde é mais um entre outros que a gente compartilha. Só que o discurso da prevenção chegou um pouco tarde para quem está beirando os 50. Com a obrigação social de ser saudável, corre-se atrás do prejuízo."

Fonte: Folha de São Paulo - Equilíbrio - 11/01/2011

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