sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Maranhão– Ana Jansen

Na minha postagem sobre as Praias de São Luis, mostrei a Lagoa Ana Jansen. Vejamos então quem foi

Ana Jansen

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“Ana Joaquina Jansen Pereira, era neta de um comerciante holandês falido, e escandalizou a sociedade maranhense do século XIX, tornando-se amante de um coronel rico e casado, e ainda por cima, sendo mãe solteira.

Tudo teria sido mais um caso para mexericos na cidade não tivesse a esposa do militar falecido e ele se casado com Ana. Ela, por sua vez, possuidora de um tino comercial notável e de causar inveja, multiplicou a fortuna do marido. Ana teve com o coronel seis filhos. Com a morte do coronel, Ana, então com 38 anos, transformou-se na poderosa “Donana, a rainha do Maranhão”. Firmou-se como uma das maiores produtoras de algodão e cana-de-açúcar do Império, além de possuir o maior contingente de negros do Estado.

Conta-se que ela fazia-os distribuírem água pela cidade, cobrando, quando já existiam métodos mais eficazes para esse serviço. Ao tentarem implantar um sistema para as águas, Donana tantas fez que levou a empresa à falência. Política habilidosa, costurava acordos nos bastidores, e chegou a financiar os exércitos do duque de Caxias durante a Balaiada, revolta que ocorreu no Maranhão. Viveu com outro homem com quem teve quatro filhos. Casou-se novamente aos 60 anos com um rico comerciante paraense. Morreu em 1869 aos 82 anos.

Era voz corrente, então, que DonAna Jansen – como era comumente chamada – cometia as mais bárbaras atrocidades contra seus numerosos escravos, os quais, submetia a toda sorte de suplícios e torturas em sessões que, não raro, terminavam com a morte.”

As Histórias e as Lendas

Inimigo de Donana Jansen, com quem vivia às turras, o Comendador Meireles tinha mandado preparar na Inglaterra, para vendê-los quase de graça, um milheiro de belos penicos de louça, com a cara da velha no fundo do vaso. Donana Jansen soube do fato e suportou com paciência o riso da cidade. Não reagiu logo: deu tempo ao tempo, enquanto ia mandando comprar, aos dois, aos três, às dezenas, na loja do Comendador, os penicos com seu retrato, até ter a certeza de que, agora, sim, só ela os possuía.

Apenas por perguntar, mal contendo o frouxo de riso, Damião perguntou a um dos negros:

- De quem vocês são escravos?

- De Donana Jansen

Um cheiro insuportável de mijo podre desprendia-se de um vaso à parte, por sinal que maior que os outros, quase o triplo, e coberto com uma tampa também de louça.

- E esse aí? – quis saber Damião.

- Minha sinhá deu ordem pra despejar o mijo dele na cabeça do Comendador, se ele aparecer pra tomar satisfação.

E sem interromper as pancadas seguras, o negro abriu para Damião a dentadura farta, que lhe encheu a boca feliz, rematando com este comentário, entre um penico e outro:

- Donana Jansen não é gente. Tou cansado de dizer. Quem se mete com ela tem sarna muita pra se coçar. Ora se tem!

(Josué Montello – Trecho: Os Tambores de São Luís - Capítulo 1)

-Alguns anos após o falecimento de Donana passou a ser contada na cidade, a lenda, segundo a qual, nas noites escuras das sextas-feiras, boêmios e noctívagos costumam deparar com uma assombrosa e apavorante carruagem, em desenfreada correria pelas ruas de São Luís, puxada por muitas parelhas de cavalos brancos sem cabeças, guiados por uma caveira de escravo, também decapitada, conduzindo o fantasma da falecida senhora, penando, sem perdão, pelos pecados e atrocidades, em vida, cometidos. Jansen

-A mais terrível de suas histórias conta de que ela tinha apreço por um adorno especial: um colar com todos os dentes impecáveis que mandou arrancar de uma de suas escravas, por esta ter ousado lhe dirigir um sorriso. Há quem diga que o verdadeiro motivo para a crueldade teria sido o fato de o marido da poderosa ter deixado transparecer certo encantamento pela escrava.

-Ana Jansen, teria sido condenada a pagar seus pecados vagando eternamente pelas ruas da cidade numa carruagem encantada. O coche maldito parte do cemitério do Gavião, em noites de quinta pra sexta-feira, e ai de quem encontrá-lo pelo caminho. Ao incauto, Ana Jansen oferece uma vela acesa que, na manhã seguinte, estará transformada em osso de defunto.

Veja outras postagens sobre o Maranhão clicando aqui Maranhão

2 comentários:

Anônimo disse...

Delma
Adorei o documentário da viagem ao Maranhão.Lazer e cultura.Mostrei ao meu marido as fotos dos lençóis,ele que tem muita preguiça de andar,disse:"não me pega nunca".
Parabéns pela pesquisa e riqueza de detalhes.
Bjs
Regina Bernardes

Delma disse...

Regina
Fala pro maridão jogar essa preguiça fora ecolocar o pé na areia. Faz um bem danado.
Bjs