segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alterando arquivos historicos


Luiz Felipe Pondé, na crônica De 1984 a 2010 (05/04/2010) entre outras coisas, comenta sobre o politicamente correto, que se torna questionável quando altera símbolos e ícones da infância.



"Outro dia vi na mão de uma colega uma foto do "novo Saci". Tiraram o cachimbo da boca do Saci. Eu, que sou um amante de cachimbos e charutos cubanos (e viva la Revolución!!), me senti diretamente afetado. Meu irmão de fé, o Saci, está sendo reprimido. A ideia é que, com cachimbo, ele é um mau exemplo para as crianças. Imagino que esses caras acham que bom exemplo é mulher vestida de homem coçando o saco.
Outro caso recente é a perseguição a velhas cantigas de roda e histórias infantis. Por exemplo, o "atirei o pau no gato" deve virar "não atire o pau no gato" para que as crianças não cresçam espancando gatos por aí. O fascismo "verde" chega ao ponto de tirar das crianças uma música divertida para torná-las defensoras dos gatos.
Lembro-me de meninas na minha infância que cantavam essas músicas e ainda assim choravam quando os meninos ensaiavam torturar pequenos animais só para vê-las chorar e assim chegar perto delas. Como era bom jogar baratas mortas no lanche das meninas só para ver elas pularem deliciosamente das suas cadeiras em lágrimas.
O Lobo Mau não pode mais ser mau e comer a vovozinha da Chapeuzinho Vermelho. Muito menos o Caçador pode salvá-la, porque estaria estimulando às meninas sonharem com príncipes encantados. O novo fascismo quer que os lobos sejam bonzinhos (pobres lobos) e que as meninas não sonhem com caçadores que as protejam (coitadas)". LUIZ FELIPE PONDÉ (Folha São Paulo)


Outra alteração histórica está em evidência: o caso das "pulseiras do sexo". Quem arrebenta o acessório recebe uma retribuição sexual da dona da pulseira. Cada cor representa uma dádiva que vai desde um inocente abraço até variadas formas de sexo.


O jogo se chama "Snap" e teria começado na Europa. Como as pulseiras são de silicone, elas arrebentam com facilidade. Nós que usamos pulseiras como adorno, nem com muita imaginação poderiamos supor que elas passassem a ter esta "utilidade."

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