Dicas de português
Em 16/05/2010
O Brasil se veste de verde-amarelo
Em clima de Copa, o Brasil fica mais brasileiro. A bandeira verde-amarela tremula por todos os lados. Passeia de carro. Enfeita janelas de casas e escritórios. Vira camiseta, toalha, boné e até biquíni. "A seleção, disse Nelson Rodrigues, "é a pátria de chuteiras." Quem nunca ligou pra futebol vira torcedor. Decora a tabela. Sofre. Ri. Em suma: flamenguistas, corintianos, brasilienses, atleticanos, gremistas ou nenhuma coisa nem outra deixam as rivalidades pra lá. Irmanados, vestem a camiseta do time estrelado.
A unanimidade tem consequências. Somos 190 milhões de técnicos. Todos têm opinião sobre a escolha da equipe. Como cada cabeça é uma sentença, nenhuma aceita os mandos e desmandos do técnico. Censuras vêm a torto e a direito. As mais engraçadas de 2010 se inspiram na história da Branca de Neve.
Gerson Menezes escreveu: "Não consigo entender por que estão criticando tanto as escolhas do Dunga. Afinal, pra convocar a seleção, ele ouviu demoradamente sua principal conselheira: a Branca de Neve". Rui Santos Paes não deixou por menos: "Será o Dengoso Dunga um Mestre em transformar o Feliz povo brasileiro em Zangado? Tenho medo de tirar uma Soneca ao ver a Seleção ou de dar um espirro: Atchim!"
Time preguiçoso
É Copa? Não dá outra. As cores nacionais entram em cartaz. Aparecem em supermercados, shoppings, camisetas, unhas, cabelos, sobrancelhas e o diabo a quatro. Vale, por isso, ficar esperto na flexão. Você pode dizer verde e amarelo ou verde-amarelo. O emprego de um ou outro segue regras. Olho vivo.
Medíocre, o trio não dá drible em ninguém. Os dois adjetivos concordam com o nome a que se referem: calção verde e amarelo, calções verdes e amarelos, blusa verde e amarela, blusas verdes e amarelas.
A duplinha põe em campo o time da preguiça. Ele é mau. Joga o povo na fogueira sem pena. Como? O primeiro adjetivo mantém-se invariável. Só o segundo varia em gênero e número. Assim: calção verde-amarelo, calções verde-amarelos, blusa verde-amarela, blusas verde-amarelas.
Não se deixe intimidar. Entre no clima. Use camisetas e tênis verde-amarelos. Exiba unhas e cabelos verde-amarelos. Vá além. Esnobe sobrancelhas verde-amarelas. Afinal, Copa do Mundo é mais que futebol. Copa do Mundo é festa.
Assim falou Dunga
"Não podemos dar opinião sobre fatos que não tenhamos vivenciado", disse o técnico da Seleção Canarinho com altivez. "Uai", exclamou o mineiro Felipe Cabral. "Doravante, ninguém mais poderá opinar sobre a escravidão, a ditadura, a Guerra do Paraguai, o massacre de Canudos, a construção do Muro de Berlim."
Língua nossa
Jacques Carvalho escreve: "Dizer que o nosso idioma é um dos mais difíceis do mundo não é novidade. Mas, pelo que vemos diariamente, inclusive na mídia, não era para termos mesmo melhor conhecimento da língua. Um apresentador de esportes diz que daqui a pouco vai dar o resultado final da rodada. Outro diz que o piloto levou o carro ao limite extremo. Não conheço resultado que não seja final nem limite que não seja extremo. Um cantor famoso canta: `Detalhes tão pequenos de nós dois´. Não conheço detalhe que não seja pequeno. Outro cantor convida a plateia a recordar o passado. Como será recordar o futuro? Tem até novela com o título Viver a vida. Já pensaram viver a morte? Pleonasmos à parte, socooooorro!
Leitor pergunta
Vaga-lume ou vagalume? Vi as duas grafias no Google. Claro, não deu outra.
O Vocabulário ortográfico da língua portuguesa (Volp) é quem manda e desmanda na escrita das palavras. Ele grafa vaga-lume. Falou e disse.
"Não podemos deixar que o mal vença o bem." "Não se pode deixar que o mau vença o bem." Qual das construções merece nota 10?
Em 16/05/2010
O Brasil se veste de verde-amarelo
Em clima de Copa, o Brasil fica mais brasileiro. A bandeira verde-amarela tremula por todos os lados. Passeia de carro. Enfeita janelas de casas e escritórios. Vira camiseta, toalha, boné e até biquíni. "A seleção, disse Nelson Rodrigues, "é a pátria de chuteiras." Quem nunca ligou pra futebol vira torcedor. Decora a tabela. Sofre. Ri. Em suma: flamenguistas, corintianos, brasilienses, atleticanos, gremistas ou nenhuma coisa nem outra deixam as rivalidades pra lá. Irmanados, vestem a camiseta do time estrelado.
A unanimidade tem consequências. Somos 190 milhões de técnicos. Todos têm opinião sobre a escolha da equipe. Como cada cabeça é uma sentença, nenhuma aceita os mandos e desmandos do técnico. Censuras vêm a torto e a direito. As mais engraçadas de 2010 se inspiram na história da Branca de Neve.
Gerson Menezes escreveu: "Não consigo entender por que estão criticando tanto as escolhas do Dunga. Afinal, pra convocar a seleção, ele ouviu demoradamente sua principal conselheira: a Branca de Neve". Rui Santos Paes não deixou por menos: "Será o Dengoso Dunga um Mestre em transformar o Feliz povo brasileiro em Zangado? Tenho medo de tirar uma Soneca ao ver a Seleção ou de dar um espirro: Atchim!"
Time preguiçoso
É Copa? Não dá outra. As cores nacionais entram em cartaz. Aparecem em supermercados, shoppings, camisetas, unhas, cabelos, sobrancelhas e o diabo a quatro. Vale, por isso, ficar esperto na flexão. Você pode dizer verde e amarelo ou verde-amarelo. O emprego de um ou outro segue regras. Olho vivo.
Medíocre, o trio não dá drible em ninguém. Os dois adjetivos concordam com o nome a que se referem: calção verde e amarelo, calções verdes e amarelos, blusa verde e amarela, blusas verdes e amarelas.
A duplinha põe em campo o time da preguiça. Ele é mau. Joga o povo na fogueira sem pena. Como? O primeiro adjetivo mantém-se invariável. Só o segundo varia em gênero e número. Assim: calção verde-amarelo, calções verde-amarelos, blusa verde-amarela, blusas verde-amarelas.
Não se deixe intimidar. Entre no clima. Use camisetas e tênis verde-amarelos. Exiba unhas e cabelos verde-amarelos. Vá além. Esnobe sobrancelhas verde-amarelas. Afinal, Copa do Mundo é mais que futebol. Copa do Mundo é festa.
Assim falou Dunga
"Não podemos dar opinião sobre fatos que não tenhamos vivenciado", disse o técnico da Seleção Canarinho com altivez. "Uai", exclamou o mineiro Felipe Cabral. "Doravante, ninguém mais poderá opinar sobre a escravidão, a ditadura, a Guerra do Paraguai, o massacre de Canudos, a construção do Muro de Berlim."
Língua nossa
Jacques Carvalho escreve: "Dizer que o nosso idioma é um dos mais difíceis do mundo não é novidade. Mas, pelo que vemos diariamente, inclusive na mídia, não era para termos mesmo melhor conhecimento da língua. Um apresentador de esportes diz que daqui a pouco vai dar o resultado final da rodada. Outro diz que o piloto levou o carro ao limite extremo. Não conheço resultado que não seja final nem limite que não seja extremo. Um cantor famoso canta: `Detalhes tão pequenos de nós dois´. Não conheço detalhe que não seja pequeno. Outro cantor convida a plateia a recordar o passado. Como será recordar o futuro? Tem até novela com o título Viver a vida. Já pensaram viver a morte? Pleonasmos à parte, socooooorro!
Leitor pergunta
Vaga-lume ou vagalume? Vi as duas grafias no Google. Claro, não deu outra.
O Vocabulário ortográfico da língua portuguesa (Volp) é quem manda e desmanda na escrita das palavras. Ele grafa vaga-lume. Falou e disse.
"Não podemos deixar que o mal vença o bem." "Não se pode deixar que o mau vença o bem." Qual das construções merece nota 10?
Quer acertar sempre? Recorra ao macete. Substitua o monossílabo pelo antônimo. Deu bem? Abra alas para o mal. Deu bom? Deixe o mau passar: O lobo mau (bom) passou mal (bem).
Viu? O troca-troca apontou a forma que o professor adora. É a primeira frase
Fonte: http://guiacampina.uol.com.br/deoutrossites/guia/layout.php?id=65794
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