Ninguém é insubstituível
Sandra Maia*/Especial para BR Press
- É fato! Não somos perfeitos, não somos insubstituíveis, não somos onipotentes, onipresentes, não estamos oniscientes da nossa importância, da nossa certeza. Então, sim, podemos ser substituídos a qualquer momento. Seja no amor, no trabalho, em qualquer relação. Gosto mais da palavra em inglês: REPLACED. Podemos ser recolocados, realocados, substituídos. E assim também o outro, aquele que está conosco. Na relação nada pode ser tomado como garantido, a não ser a máxima de que nascemos para sermos felizes!
Então tanto faz se relações são cheias de graça ou desgraça – não nos pertencem. Não deveríamos viver iludidos de que é para sempre – até porque o sempre sempre acaba! Pode ser para sempre o AMOR, A ENTREGA, O ENCONTRO – todas as sensações que estão conosco, no nosso ser... No mais, o outro não é nosso!
Ação
Posto isso, porque será que muitos de nós continuam por aí infelizes na relação, infelizes na espera, infelizes sós? Ou ao contrário: vivendo uma relação estável, feliz, mas fazendo de tudo para por tudo a perder? Por que não há decisão, escolha? Por que tratamos a relação como se fosse algo que está lá – para o bem ou para o mal – e imaginamos que não precisamos fazer nada? É preciso investir, cuidar, analisar, confrontar, ficar ou sair.
Quero crer que estão todos anestesiados, esperando dias melhores! Esperam o que está por vir! Ou seja: engolem o sapo hoje para não ter de engolir amanha... Será mesmo? Será que quando estamos aqui engolindo o SAPO – não damos a entender que, ok, estamos prontos para ENGOLIR O BREJO INTEIRO? Será que não é isso que estamos emitindo?
Que sinais passamos ao outro, aos outros? Será que queremos passar despercebidos? Medrosos de colocar-nos, de falar o que vai dentro? De por para fora nossa indignação, nossa raiva, nosso amor? Será que vamos seguir assim OMISSOS, fora da realidade, vivendo o que não é nosso, o que não nos pertence? Até quando vamos aceitar migalhas, desrespeito, falta de amor? Até quando vamos viver com base nessa toada – dos dias melhores, do que virá, da outra vida,do futuro, do que não temos?
Aqui, agora
Saiba: a vida é o que nos acontece aqui e agora. Isso quer dizer que enquanto olhamos para frente e negamos o que nos acontece agora, deixamos de estar presentes para estar ausentes – o tempo passa, a vida acontece...
Deixamos-nos para trás, nos anulamos. Abrimos mão do que temos: nossos sonhos, nossas possibilidades, nossa vida para viver qualquer coisa a mais, qualquer coisa que alimenta nosso lado masoquista – só para alimentar a VÍTIMA, a que não tem sorte, não tem amor, não tem vida... Será mesmo? Será que é fácil para todos? Será que tudo cai de mão beijada para os outros?
Posso afirmar que não! O que nos chega é o que escolhemos. O que vivemos é o que podemos. E, então, se não estamos prontos para receber, doar, amar, ser feliz etc, etc, então vamos viver exatamente o contrário. E fica a pergunta: dá para mudar? Dá para mudar um padrão de comportamento que nos permita amar e ser amados? Complexo!
Mudança
Dá, dá para mudar o que quisermos, se dermos o primeiro passo. Esse é o mais difícil. Primeiro porque teremos de olhar para dentro, para trás, para o que vivemos e construímos; depois, porque teremos de aprender a abrir mão do que não serve, adotar outro padrão, ensinar aos que estão por perto que MUDAMOS. Não queremos, ou melhor, não aceitamos mais o velho modelo...
Tudo isso demanda tempo, autoconhecimento, demanda força, coragem e, dificilmente conseguimos tudo isso sem ajuda profissional. Terapia ajuda? Diria que é fundamental para o nosso crescimento, para o resgate da nossa auto-estima. Todos a aceitam? Não. Muitos irão preferir trabalhos em grupo, atividades alternativas, terapias corporais etc, etc.
Verdadeiramente acredito não haver um único caminho – o certo. Acredito naquele que podemos sustentar com nossos limites. Então, fica aqui o convite para a reflexão – escolher compreender que não somos insubstituíveis, e mais: que é possível recolocar ou substituir qualquer pessoa em nossa vida...
É fácil? Não. Mas podemos ficar sempre com a oportunidade de transformar...
Escolhas, sempre escolhas...
(*)Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você - Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris.
Sandra Maia*/Especial para BR Press
- É fato! Não somos perfeitos, não somos insubstituíveis, não somos onipotentes, onipresentes, não estamos oniscientes da nossa importância, da nossa certeza. Então, sim, podemos ser substituídos a qualquer momento. Seja no amor, no trabalho, em qualquer relação. Gosto mais da palavra em inglês: REPLACED. Podemos ser recolocados, realocados, substituídos. E assim também o outro, aquele que está conosco. Na relação nada pode ser tomado como garantido, a não ser a máxima de que nascemos para sermos felizes!
Então tanto faz se relações são cheias de graça ou desgraça – não nos pertencem. Não deveríamos viver iludidos de que é para sempre – até porque o sempre sempre acaba! Pode ser para sempre o AMOR, A ENTREGA, O ENCONTRO – todas as sensações que estão conosco, no nosso ser... No mais, o outro não é nosso!
Ação
Posto isso, porque será que muitos de nós continuam por aí infelizes na relação, infelizes na espera, infelizes sós? Ou ao contrário: vivendo uma relação estável, feliz, mas fazendo de tudo para por tudo a perder? Por que não há decisão, escolha? Por que tratamos a relação como se fosse algo que está lá – para o bem ou para o mal – e imaginamos que não precisamos fazer nada? É preciso investir, cuidar, analisar, confrontar, ficar ou sair.
Quero crer que estão todos anestesiados, esperando dias melhores! Esperam o que está por vir! Ou seja: engolem o sapo hoje para não ter de engolir amanha... Será mesmo? Será que quando estamos aqui engolindo o SAPO – não damos a entender que, ok, estamos prontos para ENGOLIR O BREJO INTEIRO? Será que não é isso que estamos emitindo?
Que sinais passamos ao outro, aos outros? Será que queremos passar despercebidos? Medrosos de colocar-nos, de falar o que vai dentro? De por para fora nossa indignação, nossa raiva, nosso amor? Será que vamos seguir assim OMISSOS, fora da realidade, vivendo o que não é nosso, o que não nos pertence? Até quando vamos aceitar migalhas, desrespeito, falta de amor? Até quando vamos viver com base nessa toada – dos dias melhores, do que virá, da outra vida,do futuro, do que não temos?
Aqui, agora
Saiba: a vida é o que nos acontece aqui e agora. Isso quer dizer que enquanto olhamos para frente e negamos o que nos acontece agora, deixamos de estar presentes para estar ausentes – o tempo passa, a vida acontece...
Deixamos-nos para trás, nos anulamos. Abrimos mão do que temos: nossos sonhos, nossas possibilidades, nossa vida para viver qualquer coisa a mais, qualquer coisa que alimenta nosso lado masoquista – só para alimentar a VÍTIMA, a que não tem sorte, não tem amor, não tem vida... Será mesmo? Será que é fácil para todos? Será que tudo cai de mão beijada para os outros?
Posso afirmar que não! O que nos chega é o que escolhemos. O que vivemos é o que podemos. E, então, se não estamos prontos para receber, doar, amar, ser feliz etc, etc, então vamos viver exatamente o contrário. E fica a pergunta: dá para mudar? Dá para mudar um padrão de comportamento que nos permita amar e ser amados? Complexo!
Mudança
Dá, dá para mudar o que quisermos, se dermos o primeiro passo. Esse é o mais difícil. Primeiro porque teremos de olhar para dentro, para trás, para o que vivemos e construímos; depois, porque teremos de aprender a abrir mão do que não serve, adotar outro padrão, ensinar aos que estão por perto que MUDAMOS. Não queremos, ou melhor, não aceitamos mais o velho modelo...
Tudo isso demanda tempo, autoconhecimento, demanda força, coragem e, dificilmente conseguimos tudo isso sem ajuda profissional. Terapia ajuda? Diria que é fundamental para o nosso crescimento, para o resgate da nossa auto-estima. Todos a aceitam? Não. Muitos irão preferir trabalhos em grupo, atividades alternativas, terapias corporais etc, etc.
Verdadeiramente acredito não haver um único caminho – o certo. Acredito naquele que podemos sustentar com nossos limites. Então, fica aqui o convite para a reflexão – escolher compreender que não somos insubstituíveis, e mais: que é possível recolocar ou substituir qualquer pessoa em nossa vida...
É fácil? Não. Mas podemos ficar sempre com a oportunidade de transformar...
Escolhas, sempre escolhas...
(*)Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você - Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris.
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