Descobri um Blog http://13anosdepois.blogspot.com/ em que a autora Mirelle, jornalista, brasileira, morando em Lyon diz: "13 anos depois... Um amor que começou em 1996 e foi retomado em 2009 é a razão de todas estas histórias estarem acontecendo..."
Mirelle escreve muito bem, gostei de cara. Repassei para a Iara, minha sobrinha, que está morando também em Lyon. Iara entrou em contato com Mirelle e já se conheceram pessoalmente. Neste mes, Mirelle anunciou seu casamento. Publicou as fotos lindas e a sua história escrita por Ernani, seu amigo. Passei um e-mail para ela pedindo permissão para publicar sua história e fotos no meu Blog. Ela autorizou e contou que conheceu o Leo, o marido, aqui em Uberlândia. Fantástico!
Vejam que linda história de amor.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Das coisas que ninguém entende
"Começou no sudeste brasileiro, onde os dois nasceram em diferentes estados. Ela, em Minas, que não tem mar. Ele, no Rio, que não tem ouro. Foram se encontrar no sudeste mineiro que, apesar de não ter praia, tinha Ela. Da paquera da escola nasceu o namoro. E foi o primeiro para ambos. Juntos, também experimentaram a intimidade pela primeira vez e, ao se tocarem, Ela fez dele homem; Ele fez dela mulher. Maduros no corpo mas inexperientes no amor, os então adolescentes não souberam equilibrar os sentimentos. Assim, apenas alguns meses depois, estava terminado o que mal havia começado. Foi rápido, intenso e inesquecível. Sobretudo, vale dizer, foi apenas mais uma dessas coisas que ninguém no mundo entende.
Ele se mudou para a França. A nova casa, um país do tamanho do estado de Minas, tinha mar, assim como o tinha sua terra natal, o Rio. Mas, da mesma forma que o Rio e ao contrário de Minas, a França não tinha Ela.
Com o tempo, Minas também deixou de tê-La. Ela foi morar na vizinhança de Minas e Rio, em São Paulo. E lá ficou sem ouro, sem Ele, porém mais perto do mar. Como se o consolo fosse suficiente, Ela viveu feliz, com alegrias e sofrimentos intensos, mas nunca realmente completa. Era como se faltasse o sal do seu mar.
Separados de fato e no coração, se apagaram lentamente, mas nunca por completo, da memória um do outro. Não sabiam, no entanto, que o que tiveram antes fora apenas afeição. Após anos de silêncio, encontraram-se num mar digital. Ele sozinho, como a conheceu. Ela sem ninguém, como sempre se sentiu. As ondas da praia dela se agitaram. A luz do ouro dele brilhou como nunca. Decidida a unir novamente Minas e Rio, Ela atravessou o oceano para encontrá-lo no país de mesmo tamanho do estado em que nasceu. Deixou para trás sonhos e fantasias e foi vivê-los numa terra distante. Fez tudo por vontade própria, sem que o destino tivesse papel algum na conquista de tal felicidade. E isso foi mais uma das coisas que ninguém parece entender.
O reencontro em Paris trouxe de volta belas lembranças, além de uma nova e sólida paixão. Foi forte, inesperado e arrasador. Foi curto também. Semanas depois, de volta a sua casa em Sampa, Ela tinha ao redor toda a riqueza do mar e do ouro de Rio e Minas. Mas, sem tê-Lo por perto, percebeu que trouxera excesso em sua bagagem. Além da saudade e das memórias, trouxera amor. Cheia de coragem, decidiu largar de vez a mãe, que sempre foi o mar e o ouro de sua vida, para viver o meio de uma história que começou a ser contada muito tempo atrás. Como é de se esperar quando, sem aviso prévio, um coração muda o rumo de alguém, essa se tornou inevitavelmente uma daquelas coisas que ninguém é capaz de entender.
Finalmente juntos, eles aproveitaram a nova vida para desvendar o continente das mais antigas histórias. Namoraram diante das belezas do velho mundo em momentos inesquecíveis. De Veneza a Barcelona, de Genebra a Londres, encantaram-se de verdade com o brilho dos olhos um do outro, sem realmente se importar se havia mar ou ouro por perto. Alguns lugares, entretanto, conseguiram reunir todos os elementos. Atenas, a terra dos grandes pensadores, reservou um momento impensável para os dois. Perto de um dos mais belos mares que há, Ele a propôs em casamento. Não muito tempo depois, Roma, a cidade eterna dos imperadores, que tanto ouro já guardou, testemunhou um pequeno pedaço de metal ser colocado no dedo anular direito Dela. Estava oficializada a relação. Não que precisasse ser oficial, mas o gesto foi sem dúvidas especial. Esta, no entanto, é uma daquelas coisas que ninguém jamais entendeu.
Mesmo após tantos bons momentos em diferentes lugares, os dois sempre teriam um carinho especial pela cidade que marcou o reencontro deles, 13 anos depois. Assim, no dia 15 de abril de 2010, uma cidade se iluminou para celebrar a união que nem um oceano de distância foi capaz de separar. Mais uma vez de braços abertos, Paris os recebeu - à Menina de Minas, que não tem mar; e ao menino do Rio, que não tem ouro - e testemunhou o casamento perfeito de duas belas obras da natureza. Longe de Minas, do Rio e do passado, os dois começam a viver um futuro onde um basta ao outro para se completar. Mas isso, todo mundo sabe, é simplesmente a história de Mirelle e Leonardo. Ninguém mais precisa entender."
O texto lindo é um presente de casamento. Foi escrito por um amigo que além de irmão, escreve como ninguém. Ernani meu querido, você fez falta hoje!
a Mirelle e o Léo são uma graça mesmo Tia... e a história é de novela não é?
ResponderExcluirEstamos nos encontrando com mais frequência e adorando a companhia... desejei meus votos mais sinceros ao casal de felicidade e cumplicidade!
sempre bom conhecer histórias assim... a gente se convence que pode acreditar no improvável!
É,realmente,uma linda história de
ResponderExcluiramor.Leo e Mirelle, não os conheço,
mas desejo-lhes muitas felicidades.
Para uma união feliz acredito ser
necessário respeito,confiança,diá-
logo,compreensão,paciência.
Abraços
Maria Helena
Uma linda história de amor de uma linda moça! Ela é realmente linda e ele tem razão de se apaixonar!Pois além de bonita é inteligente e delicada, a gente descobre vendo o blog dela.
ResponderExcluirBeijos, Alcy
Delema, obrigada pelo carinho com que você contou a nossa historia aqui no seu blog. Muito bom saber que ela foi divulgada por um blog da nossa cidade natal e pela tia de uma pessoa muito querida que graças à você, pudemos conhecer.
ResponderExcluirQuando eu for para Udi, vou tomar um café na sua casa..mas com pão de queijo, pode ser???rs
beijos!
Mirelle
ResponderExcluirVenha tomar café, pão de queijo, broa de milho, e td mais que todo bom mineiro aprecia.
Bjs
Eles são lindos, a história deles é linda e foi tão bem contada. Enriqueceu meu Blog.
ResponderExcluirBjs