sábado, 31 de outubro de 2009

31/10/2009 - As coisas que eu Amo - Funeral Blues

Funeral Blues
Amo, amo, amo esse poema de W. H. Auden interpretado numa cena do filme "Quatro Casamentos e um Funeral". É a mais linda declaração de amor que eu já vi. A Fernanda, minha sobrinha fez um sarau "Caldo com Poema", onde tinhamos que levar um poema e apresentá-lo. Funeral Blues foi minha escolha.
Veja a foto desta noite memorável (10/08/2007)


O filme, Quatro Casamentos e 1 Funeral é um dos mais reprisados da Tv e toda vez que é exibido, espero a cena do Funeral para ouvir o poema. Lindo demais! Veja este trecho que primor...

"Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, o meu descanso de domingo,
O meu meio-dia, a minha meia-noite, a minha conversa, a minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: “não tinha razão”.


Por falar em poesia, Iara me enviou um texto de Martha Medeiros, que trata do assunto. Clique aqui e leia:

http://afuriadeelisa.blogspot.com/2009/08/martha-medeiros-na-casa-poema.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

30/10/2009 - Meu Pai

Meu Pai – Jorge Fonseca e Silva


Filho de Modesta e Abasalão , nasceu em Uberlândia no dia 26 de setembro de 1909. Com 9 anos de idade começou a trabalhar na Farmácia do seu primo Álvaro da Fonseca e Silva. Casou sem com Esther Ribeiro, minha mãe, no dia 27 de julho de 1937.

Mudou se para Santa Vitória indo trabalhar na Farmácia N.Sra da Abadia.
Meu pai é o de Jaleco branco e minha mãe, à direita dele, de sapatos brancos.


Pouco tempo depois, transferiu se para outra Farmácia em Cruzeiro dos Peixotos. Morou alguns meses no Rio de Janeiro e resolveu ter a sua própria Farmácia.
Foi então, com toda a sua família e com a família de sua sobrinha Amélia para Cabeleira, município de Rio Verde em Goiás. Geraldo e Amélia, os sobrinhos, montaram uma loja, mas permaneceram por pouco tempo e retornaram a Uberlândia.
Meu pai montou a Farmácia Santo Antônio e creio que ali viveu a melhor fase da sua vida. Com uma experiência de cerca de 35 anos sempre trabalhando em farmácia, ele dominava um vasto conhecimento sobre o assunto. A cidade mais próxima ficava a uns 50km, por estrada de terra. Ele era o dono da única farmácia por aquelas bandas. Alí ele receitava, manipulava fórmulas, fazia pequenos procedimentos cirúrgicos e era parteiro. Seus “pacientes” vinham de longe, a cavalo, de carro de boi, a pé, ou de carona nos poucos veículos que circulavam por lá, (caminhões e raros ônibus). Chegavam e encontravam remédio, comida e pouso. Alguns chegavam a passar dias, esperando “ficá mió” para irem embora. Quando não podiam ir, mandavam bilhetes descrevendo o que sentiam, para que meu pai ministrasse o tratamento. Estes bilhetes eram pitorescos. Diziam. “Sinto uma dor que começa no peito e responde nas costas”, ou “amanheci com difruçu (resfriado), tomei um suadô" (depois de um chá bem quente, deitar debaixo de vários cobertores para transpirar bastante).
A farmácia era ponto de encontro da vizinhança que ia até lá saber das novidades. Meu pai não deixava nunca de ouvir o Repórter Esso pelo rádio e era assinante da Revista O Cruzeiro. Era sempre o mais bem informado da redondeza.
Era muito popular entre os vizinhos. Apadrinhou inúmeras crianças e casamentos Foi eleito vereador na década de 50 para a Câmara Municipal de Rio Verde, pelo PSD. Adorava política e era fã incondicional de Juscelino Kubitschek. Era bem humorado, adorava contar piadas. Apreciava como ninguém um vinho tinto e seco. E não era raro ultrapassar o limite da sobriedade.
Meu pai era uma figura! Andava de chapéu e quando colocava o paletó é porque estava com seu revólver na cintura. Nunca matou uma mosca. Lá era comum a Raiva – "a doença do cachorro louco". E quando acontecia, tinha que sacrificar o cachorro. Sempre havia um “especialista” para fazer o serviço. Uma vez, meu pai foi tentar, mas não conseguiu. Disse que o cachorro fixou o olhar lacrimejante nele como se estivesse a implorar que não o matasse.
Tinha uma maneira muito peculiar de administrar seus negócios. Não dava a mínima para o dinheiro. Dinheiro era feito para gastar, jamais para guardar. Tinha uma gaveta numa escrivaninha na farmácia, sem chave, onde ele ia colocando o dinheiro recebido. Tinhamos trânsito livre para essa gaveta. Vendia medicamentos para alguns clientes que só podiam pagar após a colheita. Anotava em um caderno. Joaquim, Antônio, Manoel, Pedro, etc...Sua compra e o valor. De vez em quando minha mãe ia ajudá-lo na Contabilidade. Quase todos os moradores da região tinham estes nomes. Daí, ela perguntava, Quem é esse Joaquim? E esse Pedro? Etc. Ele não se lembrava. Se o devedor não fosse lá pagar, as anotações acabavam indo para o lixo, pois não tinha como cobrar.
Tivemos uma infância de muita fartura. Havia gêneros que ele comprava por atacado, como as Salsichas Viena, a Bala Menta, e outras coisas que faziam a nossa felicidade.
Era devoto de Santo Antônio e na véspera (12 de junho) fazia uma grande Festa para comemorar, com tudo de uma autêntica Festa Junina. O Têrço puxado pela minha mãe, o levantamento do mastro com os 3 santos, a Fogueira, as comidas típicas, o arrasta-pé que varava a noite com viola e sanfoneiro e os fogos de artifício que iam de Uberlândia Todos os rituais eram cumpridos. As simpatias para as moças arranjarem casamento,os batismos na fogueira e até andar descalço sobre as brasas.
Dos seus 12 irmãos, apenas 3 eram mulheres. Uma delas, Maria morava no Rio de Janeiro e, praticamente não tinha contato com ela. As outras duas, Isaura e Rosinha moravam aqui em Udi e depois que ele passou a morar aqui, fizesse chuva ou sol, ele atravessava a cidade diariamente para vê-las. Ele venerava as irmãs. Uma coisa bonita essa amizade e carinho que tinha entre eles. Raro hoje. Acho que chego a passar 6 meses sem ver meu irmão que mora aqui.
Meu pai era amoroso e cordial, porém quando não gostava de uma pessoa....Valha me Deus, não falava nem o nome.
Era muito inteligente, bem informado, tinha uma memória invejável.
Para que pudéssemos estudar além do curso primário tivemos que nos mudar para Uberlândia. Meus irmãos vieram primeiro, depois minha mãe veio comigo e minha irmã. Meu pai ainda ficou lá em Goiás até vender a casa e a farmácia..
Comprou uma farmácia aqui em Udi, mas conseguiu mantê-la por pouquissimo tempo. As regras eram outras. Acostumado a manter um estoque de medicamentos, que ele mesmo receitava e eram suficientes para combater todas as doenças, deparou com uma situação completamente diferente em que tinha que manter um estoque variadissimo para atender inúmeros receituários para tratar uma mesma doença. Aliado a isso, suas funções se resumiam a venda do produto, diferente do que ele fazia em Goiás.
Vendeu a famácia, tentou outras atividades, parou de usar o revolver, o paletó e o chapéu , não cuidou do Diabetes, se excedeu na bebida até que, no dia 26 de julho de 1976, sofreu um infarto fulminante e faleceu no Consultório do Dr. Ney.
Uma música que me faz lembrar meu pai é Luar do Sertão.
Muito pequena, lembro dele cantando esta música.
Este video é de Marlene Dietrich cantando Luar do Sertão em Português , em um show no Rio de Janeiro em 1959.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

29/10/2009 - UDI - Renovação da CNH

Renovação da Carteira de Habilitação

Quem obteve a 1ª Habilitação em Minas Gerais, antes de 21 de janeiro de 1994, e vai renovar a Carteira, deve fazer uma prova escrita no Detran ou submeter-se ao Curso ministrado por uma Auto-Escola. Optei pelo Curso que consiste em 15 módulos de 50 minutos. Escolhi fazer no sábado e domingo. A frequência ao Curso é controlada pelo próprio Detran através de um Leitor de Impressão Digital como este.


Funciona exatamente assim: A Auto-Escola cadastra nossa digital no Detran via Internet e a cada início e final de um módulo temos que fazer a identificação e, qualquer descuido, mesmo estando presentes, se não fizermos o procedimento a presença não é registrada e tem que voltar na semana seguinte para completar os 15 módulos.

A minha mão de trabalhadora tornou minha digital quase imperceptível, daí tive que cadastrar quase todos os dedos. Nunca conseguia o reconhecimento na primeira tentativa e isto atrasava o procedimento que é feito extra módulo. Imagine um grupo de 28 pessoas fazendo 2 biometrias a cada 50 minutos. É tudo tão absurdo que você custa a acreditar que não é um pesadelo.
A Auto Escola que escolhi era muito precária e desorganizada.

-Para se ter uma idéia, o Modem que viabiliza a Internet fica pendurado num prego no canto da parede da sala.

-Não tem suporte para o Projetor Multimidia, então, ele é colocado em cima de uma carteira e para a projeção atingir o quadro branco o aparelho é apoiado sobre pilhas de livros. O fio que liga o projetor à eletricidade fica atravessado no local de passagem dos alunos .

-O plug que conecta o computador à tomada é todo enrolado em fita crepe e o "professor" fica avisando - cuidado com o fio. Aí acontece - alguém esbarra e desconecta tudo.

-Na tarde de sábado e no domingo de manhã, a escola ficou sem serviço de limpeza e de segurança. Os banheiros se tornaram insuportáveis.

Foi um Fim de Semana surreal e muitos de vocês terão que passar por esta experiência incrível. Espero que tenham melhor sorte que eu.

Bjim, Bjim

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

28/10/2009 - Violência e Olímpiadas

28/10/2009
Mixórdia moral e olimpíada imoral
Eliane Cantanhêde ( Folha S.Paulo)

Quando o Rio foi escolhido para as Olimpíadas de 2016, comemorei como tudo mundo e particularmente como brasileira e carioca. Mas já alertando que não ia ser fácil. Aí, choveram e-mails me chamando de pé-frio e dizendo que sou sempre do contra.
Bem. Desde então, o que o mundo, a gente brasileira e os pobres cariocas estamos assistindo no Rio é uma Olimpíada cruelmente diferente da festa que se imagina para 2016.
Num resumo rápido, porque não haveria espaço nem tempo para tudo, vamos aos fatos (e às imagens): ladrões derrubando a tiros poderosos um helicóptero blindado da polícia; as pessoas se jogando no chão em meio aos tiroteios; a foto tétrica de um homem morto dentro de um carrinho de supermercado; os mais de 40 assassinatos na guerra de quadrilhas; a jovem mãe que carregava um bebê de 11 meses e morreu com um tiro nas costas; a mocinha de 18 anos estrangulada pelo namorado viciado em crack.
Se tudo isso é chocante, nada pode ser comparável ao que aconteceu com o líder do AfroReggae Evandro João da Silva, que reúne num mesmo personagem e num mesmo crime toda a complexidade e toda a simbologia da violência na Cidade Maravilhosa e no Estado do Rio.
Evandro era negro, ou mulato bem brasileiro, vinha da favela, se esforçava para ajudar os meninos como aquele que um dia ele próprio fora, tinha a utopia de articular uma saída negociada para a violência. Foi morto a queima roupa por bandidos, vítima da violência que ele tentava combater tão pacificamente. Foi abandonado agonizante pelos policiais que passaram em seguida e nem sequer lhe deram atenção. Foi roubado, humilhado, tratado como um nada e morreu ali, jogado na sarjeta.
No final, os policiais agiram como ladrões dos ladrões, deixando livres os bandidos e roubando os pertences da vítima, numa confusão de posições e numa mixórdia moral difícil de entender e muito mais difícil ainda de explicar ao mundo.
Afinal, a quem os atletas e os espectadores deverão temer: aos bandidos que matam a sangue frio ou aos bandidos fardados que são pagos para controlar os bandidos que agem livremente? À criminalidade ou ao Estado?
Lula trata a Olimpíada como questão de obras e de verba - ou de "merreca", como ele diz - mas isso é apenas uma parte da história. Aliás, a menor e a mais fácil de resolver. O resto é que são elas.

28/10/2009 - Colhendo maçãs e Cercando o gato

Divirta-se:


Clique no Link, depois na maçã e veja quantas você consegue colher.

http://www.ferryhalim.com/orisinal/g2/applegame.htm

Enviada pela Sandra



Quando você se cansar, clique neste link e tente cercar o gato

http://www.gamedesign.jp/flash/chatnoir/chatnoir.swf

Enviada pelo Rubens

terça-feira, 27 de outubro de 2009

27/10/2009 - Sonho de Valsa

O SONHO DE VALSA

Na minha infância, acreditava em Papai Noel e, enquanto puderam, meus pais cumpriram o ritual de colocar os presentes enquanto estávamos dormindo para manter aquela doce fantasia. Entre os presentes, minha mãe acrescentava um kit:

1 Bombom Sonho de Valsa,


1 caixinha vermelha de uva-passa, e 1 maçã enorme embrulhada em papel azul.


Eu guardava a embalagem do Sonho de Valsa e da Maçã. O primeiro porque eu achava lindo e o segundo porque ele mantinha o cheiro da maçã por muito tempo. Naquela época, morando na zona rural, não tinhamos a facilidade e o acesso que se tem hoje a estas coisas. Folheando uma revista, encontrei um texto em que o autor relembra coisas da sua infância como o Óleo de Fígado de Bacalhau e o Bombom Sonho de Valsa. Resolvi adaptar o texto e fiz este filme.

Fonte: Texto Adaptado: Na Pista do Sonho -Joaquim Ferreira dos Santos
Música: My way - Elvis Presley
Fotos dos bombons: Capturadas na Internet
Edição do vídeo: Delma

domingo, 25 de outubro de 2009

25/10/2009 - Aniversário do Maurício


"Chapéu que veio da Europa
é usado no mundo inteiro,
na cabeça dos sábios,
dos ricos e dos cervejeiros'


A Vera, que gosta de festejar, não ia deixar passar a oportunidade de usar a imaginação, comemorar com um almoço e apresentar suas receitas, executadas pela profissional Elaine. Vera é apenas uma diletante da culinária.

O festival gastronômico começou com a Salada Carolina Ferraz, seguida por um carneiro assado no forno durante 6 intermináveis horas que espalhou um aroma delicioso e arrebatou, por unanimidade, na primeira garfada.


O Lagarto teria inspirado um grande chef como Jamie Oliver. Perfeito

E para quem não era adepto dos prazeres da carne, podia se fartar com Conchigliones de Bacalhau.

Tem mais. As Sobremesas - Torta Mulatinho e Torta de Suspiros.
Ainda bem que ninguém faz dieta, nem precisa se preocupar com calorias de mais ou de menos .
 
Para completar a tarde, houve muita cantoria e Ikuó presenteou o Maurício e a todos com suas apreciadas declamações, encerrando com o belíssimo poema de Catulo da Paixão Cearense - A Flor do Maracujá.

Como não gravamos a declamação de Ikuó, veja o poema na voz de Rolando Boldrin

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

23/10/2009 - As Coisas que eu Amo - Casablanca


Casablanca (1942)

Só o cinema garante aquela magia quase perfeita que as imagens nos transmitem e a ilusão de que temas universais tais como amor, renúncia e solidariedade não envelhecem. E a música tem papel definitivo no filme. "As Time Goes By" é tão marcante que é impossível mencionar"'Casablanca" sem lembrar desta música.

23/10/2009 - Aniversário da Solange

Foi em clima descontraído e animado que comemoramos na última quarta feira o aniversário da nossa querida Solange. Apesar do atraso, 10 meses, (ela fez aniversário no dia 28 de dezembro de 2008 ), foi tudo perfeito. Comida deliciosa, música linda, convidadas animadas, (até demais) sorteio de mimos vindos da Itália e de Porto de Galinhas.
PARABÉNS SOLANGE. Você é muito especial!

Veja aí o Album de Fotos da Solange


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

23/10/2009 - Ontem ainda


Charles Aznavour canta "Hier Encore". Não vale chorar. A música é maravilhosa, mas muito melancólica, principalmente para nós que já passamos dos 20 anos. E ele está profundamente triste neste vídeo. Já fez 85 anos e está se despedindo dos palcos desde 2006.

"Monsieur Charm é um mestre no palco. Com gestos discretos e envolventes, usa o tempo e o espaço com tal pertinência que poderia prescindir da impressionante profusão de poesias que escreveu para as canções de seu "superbe" repertório e, ainda assim, estaria dando uma aula de interpretação vocal”. (Zuza Homem de Mello, Folha de São Paulo)



Enviado por Terezinha

22/10/2009 - Pagando Mico - Casamento trocado


O Casamento

No final de 1975, fomos convidados para padrinhos de casamento da filha de um cliente do Comind (Eurípedes era gerente na agência de Uberlândia.) Este cliente morava em Araguari e o casamento seria lá. Eu estava no 5º mês de gestação dos meus filhos gêmeos.
A década de 70 foi marcada pelo mau gosto, excesso de panos e cores e a vitória do brega. Cílios postiços e muito rímel, que embalaram os anos 60, persistiram na década seguinte. Para os homens, a costeleta a Elvis Presley.
Chegado o dia do casamento, fomos, dentro do padrão (brega total), para Araguari. Meu vestido era amarelo ouro, com um crochê de linha dourada que fazia as alças. Eu usava na cabeça, uma touquinha do mesmo crochê do vestido, semelhante aquela usada por Julieta no filme (Romeu e Julieta) de 1968. Quem não queria ser linda como ela? Euripedes trajava um paletó xadrez vinho e bege. A calça era vinho, boca de sino. Euripedes não conhecia os noivos. Só o pai dela. Eu vi a noiva muito rapidamente, quando ela veio trazer o convite. Era noite, ela só entregou e foi embora. Chegando no estacionamento da Igreja, Euripedes viu o pai da noiva parado na entrada da Igreja. Já era a hora marcada da cerimônia. Quando nos aproximamos da porta , não vimos mais o pai da noiva e uma pessoa chamava os padrinhos para se colocarem para a entrada.. Entramos na fila dos padrinhos, começou a música e fomos seguindo em frente. Igreja lotada. Flashs, muitas fotos, filmagem, etc. Ainda era aquela época em que os padrinhos subiam e se colocavam nas laterais do altar. Nos colocamos entre os outros padrinhos. Pausa. Música. Aparece a noiva com o pai.
Pânico! O pai não era o amigo do Euripedes. Ele me pergunta. É aquela noiva? Não sei. Toda noiva fica diferente. Eu vi a moça só uma vez. Ele se vira para o casal do lado e pergunta: Qual o nome dos noivos? Não eram nossos afilhados. O que fazer? Desfilamos pelo centro da Igreja, fomos filmados, fotografados e vistos por todos os convidados daquele e do casamento posterior que estava muito atrasado. Daí a confusão. Tinhamos que sair daquela encrenca sem chamar muita atençao. Euripedes começa a transpirar e eu tive uma crise de riso. Fomos nos afastando de costas até uma coluna. Dali conseguimos sair pela lateral até à porta, por onde saímos. Lá fora, pai da noiva, família, convidados aguardavam para o casamento que aconteceria em seguida. Quando contamos o que ocorrera foi a piada do dia. Todos se divertiram a valer com o nosso gigantesco mico. Na festa, um convidado de Uberlândia que já estava dentro da Igreja no casamento anterior, comenta conosco: Puxa, que prestígio! Vocês, padrinhos de dois casamentos fora de Uberlândia...
Portanto, em Araguari, deve ter um Album de Fotos de Casamento em que aparece um casal totalmente desconhecido do noivo e da noiva e que desapareceu misteriosamente durante a cerimônia. Talvez pensem que eramos alienígenas.

22/10/2009- Meus Avós Paternos

Meus Avós Paternos

Modesta Querubina do Amaral e Absalão Fonseca e Silva
Casaram-se no dia 27/11/1880.
Minha avó, Modesta era a filha de Maria Cezaria e Antônio da Silva Camargo (Ver Postagem de 10/10/2009)
Na foto, tenta esboçar um sorriso e parece feliz. Não sei muito sobre ela.. Sei que depois de morar um tempo na Fazenda do Buriti, mudou-se com a família para a cidade. É possível que fosse alfabetizada, porque Chico Fonseca, irmão do meu avô Absalão, mantinha uma escola na Fazenda.
Acredito que o comportamento de uma mulher no início do século XX repetisse o mesmo modelo da mãe que vivera no final do Sec. XIX. Talvez a Primeira Guerra Mundial (1913-1918) possa ter tornado a mulher mais prática e mais ativa. Porém, aquela situação da mulher como propriedade do marido perdurava.
Meu avô, Absalão, filho Francisca Maria de Jesus e Manoel da Fonseca e Silva (ver postagem de 15/10/2009) é citado no livro de Tito Teixeira, como proprietário de um excelente sítio na Fazenda do Buriti. Não sei se isso procede. Meu pai dizia, que ele era condutor de carro-de-boi e transportava mercadorias da fazenda para a cidade e vice-versa.
Tiveram 13 filhos. Um dos filhos morreu, ainda garotinho, num acidente doméstico. Seus outros 12 filhos eram: Laurindo, Maria, Orozimbo, Antônio, Manoel, Querobino, José, Rosa, Izaura, Jorge, João e Walter.
-Jorge era o meu pai.
-Meus tios Orozimbo e Walter moraram um período em nossa casa em Goiás.
-Tio Laurindo era o mais velho e morava na Rua Duque de Caxias.
-Os tios Antônio e Manoel tinham pequenas fazendas aqui no município. Tio Antônio era uma figura pitoresca. Ficava sentado numa cadeira de balanço numa varanda da casa e conseguia ficar horas contando piadas. Nunca vi um repertório daqueles.
-Tia Maria, eu não conheci. Ela morava no Rio de Janeiro e teve uma família numerosa.
-Tios Querobino e José também, não conheci.
-Tia Isaura, doce, frágil, muito amada e cuidada pelo filhos tinha uma casa cheirosa, extremamente limpa, que me encantava. Foi mãe de muitos filhos, entre eles Regina e Cristina, internautas como eu.
-Tia Rosinha era minha madrinha de crisma e o porto seguro dos irmãos. Era uma mãezona de todos. Cuidou de sobrinhos, de irmãos e também foi cuidada.
Eu não conheci meus avós e, enquanto meus pais eram vivos, se eu tivesse o interesse que tenho hoje pela história familiar, talvez eu pudesse ter registrado coisas bem interessantes sobre todos eles.
Fontes: Minha memória e relatos dos meus pais.
Veja postagens anteriores: Minhas Hitórias 10/10 e 15/10/2009.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

21/10/2009 -As coisas que eu Amo -Cinema Paradiso


Cinema Paradiso
Numa pequena cidade da Sicília, o garoto Salvatore ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo , o projecionista.. Salvatore, que se tornou um cineasta de sucesso, recebe a notícia de que Alfredo tinha falecido. Ele se entrega às lagrimas ao fazer uma conjunção entre sua infância e adolescência. Alfredo lhe deixou de presente um clipe com todos os cortes das cenas de beijos, que era obrigado a retirar por ordem do Padre Adelfio. Belas e talentosas atrizes ao lado de grandes astros do cinema áureo holliwoodiano, desfilam em cenas ininterruptas como colagens de recortes de quadros retirados de uma fita de 35mm.
Este filme italiano de 1988 é uma obra prima. Tudo é muito familiar para mim. Eu tinha apenas 14 anos, quando fui trabalhar no escritório do Cine Uberlândia. Convivi com o exercício ritualístico das cabines de projeção, hoje obsoletas, onde o operador fazia cortes, emendas nos rolos de celulóide guardados em latas, que iam se deteriorando a cada exibição. O filme mostra exatamente como isto se processava.



No vídeo abaixo, Andrea Bocelli apresenta Con te partirò, que não faz parte da trilha sonora do filme, mas o clipe da música utiliza cenas do filme Cinema Paradiso



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

19/10/2009 - 2 Vídeos Interessantes

Naked boys dancer

Grupo de dança muito divertido!

Enviado por Maria Alice


No velório, a viúva fala dos defeitos do marido e arremata dizendo da saudade que virá. Comovente!

Enviado por Euripedes

19/10/2009 - Euro ou Real ?

Os taxistas de Paris estão dando moeda de Real (brasileira) de troco. Se o passageiro não presta atenção acaba pegando, porque as moedas são muito parecidas. Ou será que eles estão devolvendo as moedas que vêm recebendo dos turistas brasileiros?


Fonte: http://www.conexaoparis.com.br/

19/10/2009 - Fotografia - Cartier Bresson

Alcy, minha amiga querida, me enviou esta foto com a frase de Henri Cartier-Bresson. Nós, que gostamos de fotografar, entendemos perfeitamente o que ele quis dizer.


Henri Cartier Bresson, foi um dos maiores fotógrafos do século XX. Morreu em 2004.
Vejam esta foto de Bresson! Maravilhosa!


sábado, 17 de outubro de 2009

17/10/2009 - Fantástico

Recebo e-mails com imagens sensacionais e compartilho com vocês que visitam meu Blog. Coloquei os links abaixo de cada imagem, caso alguém se interesse em visualizar outras imagens.


Descobri navegando na rede.
http://lg071.k12.sd.us/Art.htm



Enviada pelo Rubens - Borboletas Transparentes
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Borboleta_transparente_REFON_.JPG

Enviada pela Sandra L. - Tapete rosa de flores nos parques do Japão
http://home-and-garden.webshots.com/album/76049959OoooYO





Enviada pela Maria Alice e Sandra L. - Os fractais
http://www.arte-e-manhas.com/2008/01/fractais.html




sexta-feira, 16 de outubro de 2009

16/10/2009 -Aniversário da Raquel

Na noite da Quarta-Feira o ambiente na Churrascaria Pim Grill ficou bem mais alegre com a comemoração do aniversário da Raquel, que contou com a presença das amigas. Descontração e ótimo cardápio tornaram a festa perfeita.

16/10/2009 -Na Austrália, bebê cai nos trilhos e se salva

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

15/10/2009 - Meus Bisavós Paternos II

-Meus Bisavós Paternos


Francisca Maria de Jesus e Manoel da Fonseca e Silva




A fotografia chegou no Brasil em 1840 e até chegar aqui na região deve ter levado um bom tempo. Imagine que novidade! No Sec.XIX posar para uma fotografia era um grande acontecimento. As pessoas colocavam as melhores roupas e construiam uma auto-representação da forma como queriam ser vistas e lembradas. Assumiam uma expressão de calma e felicidade para dar distinção à foto.

Meu bisavô se apresenta compenetrado e circunspecto, mas a Bisa...... Me comove ver tanta tristeza nos olhos dela. Por que ela esconde os cabelos? Essa expressão facial que puxa os cantos dos lábios para baixo, remete à insatisfação e estado de angústia. Seu traje não sugere vaidade, além do fato dela ser destituída de beleza física. O que afligia esta mulher?

Posso estar imaginando coisas. Talvez ela tenha sido uma mulher feliz e de bem com a vida. E eu nem tenho conhecimento e competência para analisar personalidades através de fotos.

O que eu sei é que meu bisavô Manoel era apelidado de Teteca e veio de Carmo do Cajuru para Udi, já casado com minha bisavó Francisca. De novo, reforço a questão do nome das mulheres que não tinham sobrenome de família até se casarem, quando acrescentavam o sobrenome dos maridos.

Procurei informações sobre meu bisavô Manoel e em junho de 2.000, recebi correspondência do Prof. Oswaldo Diomar de Carmo do Cajuru, que se dedica ao estudo da genealogia das famílias da região.

Ele informa que o Capitão Antônio da Fonseca e Silva, vindo de Portugal e casado com Josefa Maria de Jesus (repare no nome) residia em Cláudio-MG. O casal teve vários filhos que se espalharam por toda a região.

Agora em 2018, no site familysearch.org , encontrei mais nomes ligados ao meu bisavô Manoel Fonseca e Silva. Seriam meus Pentavós. Portanto, Manoel da Fonseca e Silva e Catarina Alves, falecidos em 1760 seriam os pais do Capitão Antonio da Fonseca e Silva e Francisco Lopes do Nascimento e Catarina Antônia de Jesus seriam os pais  de Josefa Maria de Jesus. 

Entre os filhos do Capitão Antônio da Fonseca e Silva, Francisco da Fonseca e Silva casado com Tereza Clara da Silva residia na Fazenda da Cachoeira no município de Claudio ao lado do Rio Pará. Faleceu em 1860 e seu inventário está em Oliveira-MG. Neste inventário consta 16 filhos. Um deles é Manoel da Fonseca e Silva, casado com Francisca Maria.

Mais uma vez minha bisa me faz refletir. Se ela veio de Carmo do Cajuru com meu bisavô, deixou para trás os pais, irmãos, outros parentes e a certeza de que nunca mais voltaria a vê-los. Imagine 400 km sem estradas e no lombo de cavalo. Para uma família era uma viagem sem volta.

O professor Oswaldo Diomar menciona uma irmã de Manoel - Maria do Carmo casada com Francisco Gomes de Meneses .

Manoel e Francisca tiveram vários filhos Consegui saber os nomes de alguns:

1-Absalão Fonseca e Silva nascido em 31/08/1861, casou-se no dia 27/11/1880 com Modesta Querubina do Amaral (filha de Maria Cezaria e Antônio) .São os meus avós.

2-Maria (Maricota) casou-se no dia 27/11/1880 (mesmo dia do irmão) com Honório Marra da Silva, que foi vereador, Juiz de Paz e Delegado de Polícia em Uberlândia.

3-Modesta Augusta casada com João da Fonseca e Silva, filho de * Joaquim da Fonseca e Silva (Bem das Aroeiras), vindo de Carmo do Cajuru. Pode ser que Manoel e Joaquim fossem irmãos. Modesta Augusta e João tiveram 11 filhos. Entre eles José Fonseca e Silva que foi eleito prefeito de Uberlândia em 1948 .

4-Daniel Fonseca que possuia várias propriedades na região. Alguns irmãos do meu pai foram herdeiros deste tio avô.

5-Francisco Fonseca e Silva (Chico Fonseca). Era portador de deficiência física e foi professor e Delegado de Polícia.

*Joaquim da Fonseca e Silva (Bem das Aroeiras) veio de Carmo do Cajuru com toda a família e se instalou na Fazenda do Paranã aqui no município. Maria, irmã de Joaquim casou-se com Antônio Marra da Silva (Totó Marra), informa Tito Teixeira.
O professor Oswaldo Diomar informa que Aroeiras fica no município de Itaguara próximo a Carmo do Cajuru. Pode, então vir daí o apelido de *Joaquim.

"Revisar ou relembrar a vida é um processo essencial à nossa trajetória."
Veja a postagem Minhas Histórias I do dia 10/10/2009 (Bisavós Paternos)
  1. Fontes: Prof. Oswaldo Diomar - Carmo do Cajuru-MG
  2. Livro Registros Nascimentos e Casamentos - Catedral Sta Terezinha.
  3. Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central - Tito Teixeira
  4. Foto cedida por Marina Pintaudi

15/10/2009 - Dia do Professor

As notícias de jornal relatando casos de violência contra o Professor são constantes. Terça feira, dia 13, Ruy Castro definiu bem esta situação na Folha de São Paulo.

Ao mestre, com desprezo
Ruy Castro

"Em março, um professor de história, filho de um amigo meu, foi desacatado em sala por três alunos num colégio em Moema, zona sul de São Paulo. O mestre deu queixa na diretoria. Esta apoiou os desordeiros. O professor pediu demissão e foi para casa, onde teve uma crise nervosa. Passa agora por uma síndrome do pânico. A orientadora da escola, única pessoa a apoiá-lo, foi demitida. Este é um colégio de classe média, em que os alunos se sentem com privilégios pelo fato de pagar altas mensalidades. Mas, nas escolas públicas, a realidade é ainda pior. Mais de cem casos de alunos que desrespeitam professores são relatados diariamente à Secretaria Estadual da Educação de São Paulo por um sistema de registro de ocorrências do gênero. A maioria dos casos vem da região metropolitana de São Paulo. São alunos que desprezam a liturgia da escola, saem da sala sem autorização do professor e o ofendem verbalmente quando ele ousa protestar contra a zorra. Usam toda espécie de aparelho eletrônico durante a aula, de celular a IPod, e, certos da impunidade, destroem equipamentos ou instalações da escola na frente dos colegas e funcionários. Uma das principais diversões é pôr fogo nas lixeiras. É o terror. As escolas cogitam instalar câmeras em suas dependências, para ter provas documentais contra os vândalos e padronizar as informações, o que permitirá estabelecer estratégias de combate à violência. Mas nada impede que os cafajestes -difícil chamá-los de alunos- roubem também as câmeras e riam das estratégias. Os jovens valentões que agrediram o professor em Moema (aliás, com o apoio da classe) foram expulsos do colégio meses depois. Mas não por indisciplina. Deixaram-se apanhar traficando drogas dentro das instalações."


No ano de 1970 dei aula em Centralina -Mg e um aluno da 8ª série do curso noturno do Ensino Fundamental escreveu:

A Despedida

"Delma, o fim do ano está chegando
Vamos de ti separar
A Deus farei uma prece
Pra Ele te ajudar.
Guardarei sua lembrança
Até o fim do mundo
Não esquecerei de você
Nem mesmo um só segundo
Neste fim de ano
Vamos bacharelar
Com uma dor no coração
Vamos de ti separar
..............
A vida é assim mesmo
Temos que conformar
Quando estiveres bem longe
De nós sei que vai lembrar
...................
Termino os meus versinhos
Com a metade do coração
A outra metade ofereço
Para sua recordação" (W.A.G. 01/12/1970)


Na E.E.Bueno Brandão, onde trabalhei até me aposentar, recebi esta cartinha fofa.

Uberlândia, 14/10/83
Para D.Delma

A gente se encontra só uma vez por semana e por isso não podemos ficar mais tempo com uma professora tão legal como a senhora.
Suas aulas são como um doce, quanto mais come mais quer.
Neste dia 15 e em todos os outros eu queria que a senhora fosse muito feliz.
D.Delma, se todas as professoras fossem como a senhora, só não estudaria quem não quisesse. Desejo lhe muita felicidade para todo o sempre.
Da aluna que a adora (I.T.G - 5ª série B)

Cartões, bilhetes, recados com demonstrações de afeto e respeito dos alunos por mim foi a maior recompensa pelos meus 22 anos de magistério. Estão guardados na caixa e no coração.

Parabéns, Professor!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

12/10/2009 - Antes que elas cresçam - Affonso R.Sant'Anna

Recebi este texto da minha afilhada Dri e compartilho com vocês.

Foto: Hugo e Marcelo


Observ. Neste texto, Affonso Romano fala sobre filhas e pelas expressões usadas é bem datado (talvez anos 80). Mas, devidamente adaptado serve para filhos, filhas e século XXI. É um texto que poderia ter sido escrito por qualquer um de nós, pais e avós.

Antes que elas cresçam

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.
E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas.
Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto.
Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas.
E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas.
Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções.
Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô.
Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis.
Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados.
Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos.
Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.
Fonte: http://www.affonsoromano.com.br/ (Clique em Prosa e ouça o Audio deste texto)

sábado, 10 de outubro de 2009

10/10/2009 - Meus Bisavós Paternos I

Meus Bisavós Paternos- Maria Cezaria do Carmo e Antônio da Silva Camargo.Eles não tinham e-mail, Carro, TV, DVD, Geladeira, Fogão a gás, água encanada, eletricidade, nunca ouviram rádio porque viveram no século XIX.

Olho para a foto de minha bisavó e percebo que ela mostra uma discreta elegância na roupa, no cabelo, na forma como está sentada, o que já não se percebe na figura do meu bisavô. Ela segura alguma coisa nas mãos, que pode ser um leque ou uma chave. Não demonstra tristeza nem sofrimento.

-Seria analfabeta? A mulher, naquela época, não tinha acesso à escola e era educada para ser esposa e mãe. Sua vida se resumia a casa e quintal. Casava-se muito cedo e deixava de ser propriedade do pai para se tornar propriedade do marido. A única porta aberta para uma vida respeitável era a do casamento. Melhor qualquer casamento do que nenhum. As filhas mulheres nem recebiam o sobrenome dos pais. Repare: Maria Cezaria do Carmo. O sobrenome vinha após o casamento.
-Será que ela foi feliz? Amou? Foi amada? Tinha sonhos?
Perguntas que ficarão sem respostas. O que consegui saber sobre ela está no Livro de Tito Teixeira.

Maria Cezária era filha de Maria Jerônima (de Pitangui- MG) e Antônio Joaquim de Ávila. Tinha dois irmãos:

1-Antônio Pacheco dos Santos (irmão só por parte de mãe -Maria Jerônima teve um primeiro casamento com Antônio Pacheco do Amaral). Este irmão redigiu e subscreveu a ata de instalação da Vila de São Pedro do Uberabinha em 1898 e é o bisavô da Raquel minha amiga e "prima."

2-Marciano Saturnino de Ávila foi vereador em Uberlândia de 1908 a 1922 pelo Partido Republicano "Cocão".

Sobre meu bisavô Antônio da Silva Camargo  era de Carmo do Paranaíba e era dono de um Hotel em Uberlândia. Filho de de João Alves da Silva e Manoela Maria de Camargo.

São seus filhos:- Modesta Querubina do Amaral casada com Absalão Fonseca e Silva em 23/05/1883 (meus avós).

-Maria Januária do Amaral casada com Manoel José Teixeira em 23/05/1883.
Repare que eles se casaram no mesmo dia. Obtive estas informações no Registro do Casamento Religioso que estão na Catedral de Santa Terezinha. Não havia ainda o Registro Civil.

-Sinhá, Cornélia e Odorico são os outros filhos.


A MODA
No Brasil do século XIX, as mulheres não andavam sozinhas na rua. As roupas escuras eram o comum desta época. Tivemos um grande progresso em 1870 com a invenção da máquina de costura. Outra novidade foram os corantes à base de anilina. Os tecidos mais utililzado eram de fibras naturais como linho, algodão, lã e sedas. Mas já se contava com uma grande variedade de tramas como os crepes, chamalotes, veludos, tafetás, cetins, cassas, gorgorões, etc. É provável que os habitantes do interior não tivessem acesso a estes tecidos que eram importados.
Dentro de casa, usava-se um traje que dispensava o uso de espartilhos. Para sair, as mulheres tinham toda uma composição. Os vestidos eram de dois tipos: feitos em uma só peça (chamado estilo “princesa”) ou com corpete e saia separados.
Nos pés usavam as botinhas que eram feitas em couro de duas tonalidades. Elas eram de salto baixo e mais largo e tinham um fechamento lateral que podia ser de cadarço ou de botões. Às vezes, havia sapatos forrados de tecidos fazendo conjunto com os vestidos.

Fontes: A Moda no Século XIX - Revista Novela Sinhá Moça
A situação da Mulher no Século XIX http://www.planetaeducacao.com.br/
Bandeirantes e Pioneiros do Brasil Central-Tito Teixeira
Livro de Registro de Nascimentos e Casamentos - Catedral Santa Terezinha
Foto cedida por Marina Pintaudi

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

08/10/2009 - Olimpíadas - Humor

Desrespeito ao Brasil

Quarta-feira, 7 de outubro, a atriz e comediante americana Wanda Sykes no "Jay Leno Show"na Rede NBC, era entrevistada, quando Leno perguntou sobre o que ela achava da escolha da sede das Olimpíadas. Wanda, insultando o Brasil, perguntou a Leno se por acaso o comitê olímpico tinha incluído "whoring" (prostituição) em suas modalidades esportivas e que talvez fosse escolhida durante as competições "a bunda mais bonita" no Rio.
Acredite se Quiser!
O marido chega no quarto e encontra um rapaz dentro do guarda roupa e sua mulher na cama. O rapaz conta como foi parar dentro do armário. Se você fosse o marido, acreditaria né?


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

07/10/2009 - Mercedes Sosa - A voz da Resistência

Quando Mercedes Sosa se apresentou em Uberlândia tive o prazer de assisti-la. Ela me emocionou muito. A imagem que ficou foi de uma guerreira com seu tambor, poncho vermelho e uma voz que tornou o UTC pequeno, tal era sua magnitude.
Este vídeo é do Programa "Chico e Caetano" na Tv Globo/1986.

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

06/10/2009 - Somos rãs cozidas?

Recebi da Ivy e transcrevo:

Olivier Clerc suiço, residente na França, escritor e filósofo, autor de La grenouille qui ne savait pas qu'elle était cuite ... et autres leçons de vie, através da metáfora, põe em evidência as funestas conseqüências da não consciência da mudança que contamina nossa saúde, nossas relações, a evolução social e o ambiente.

A rã que não sabia que estava sendo cozida.(resumo)

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, uma pequena rã.
Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela, e a água se esquenta muito lentamente.
Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar...
A temperatura da água continua subindo...
Agora, a água está quente mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta.
Agora, a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada.
A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta.
Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela.
Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, nenhuma reação, oposição, ou revolta.
Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde há algumas décadas, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando.
Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar há 20, 30 ou 40 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferente a maior parte das pessoas.
Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efetuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efetuados lentamente, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem.
As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas.
O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas... Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã. Agora, é para hoje!!!

Então, se você não está, como a rã, já meio cozida, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais!

Fonte:http://www.via6.com/topico.php?tid=333327
http://www.olivierclerc.com/dossiers/dossiers.php?id_dossier=120

06/10/2009 - UDI no Faustão de novo

O reggae é o ritmo que vai embalar o Duelo da Garagem desta semana
Entre no site e vote na Banda Maria Fumaça de Uberlândia. A votação se encerra na quarta feira (amanhã).Entre no site e vote http://domingaodofaustao.globo.com/Faustao/0,,7177,00.html

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

05/10/2009 - Alta Costura

Navegando na Rede, encontrei estes modelitos e resolvi pescá-los. Lindos!





05/10/2009 - Ética brasileira

O Caderno Mais da Folha de São Paulo de ontem (domingo) fez um Retrato da Ética no Brasil.
Vou destacar alguns fatos e opiniões.

1 --Para Plínio Fraga, ninguém é inocente.
A pesquisa DataFolha revela que 83% dos entrevistados admitiram prática ilegítima como: colar em provas, não devolver troco que recebeu a mais, passar sinal vermelho, parar carro em fila dupla, sonegar impostos, comprar produtos piratas, contrabando comprar, baixar música e filme da Internet sem pagar.

Lima Barreto (1881-1922) já concluira: "Um povo tem o governo que merece".

2 --A Reportagem da Folha Criou um personagem criada digitalmente com foto e conseguiu uma Carteira de Motorista com papel falsa original, do tipo papel-moeda, em São Paulo por R $ 1.500,00
Um fraudador conta com quatro pontos onde pode conseguir uma Identidade falsa. Estes quatro pontos ficam na Praça da Sé, Rua Barão de Itapetininga, 24 de Maio e não Largo 13 de Maio. Na Rua Santa Ifigênia Cds são vendidos com dados pessoais de qualquer cidadão e senhas de acesso à base de dados de segurança de orgãos e aos cadastros de empresas de telefonia fixa e móvel.

3 --Paradoxos Morais

O que você reponderia nestes experimentos mentais propostos por Marc Hauser?
a-Você está numa locomotiva desembestada, Cujo maquinista desmaiou. 5 pessoas Serão atropeladas.Você tem a opção de desviar o trem e Atingir uma única pessoa. O que você faz?

b-Você está sobre uma ponte e avista um trem que vai atropelar 5 pessoas. Ao seu lado que tem um gordo, lançado sobre os trilhos, pararia salvaria uma locomotiva e os 5 Caminhantes. Você atira o Gordo nos Trilhos?

Hélio Schwartsman conclui: Decididamente, não é fácil ser humano.


Estes experimentos mentais propostos por Marc Hauser ilustrados también pelo vídeo abaixo, que termina com uma conotação religiosa. E fica outra pergunta? É suficiente?

05/10/2009 - Publicidade Inteligente - Havaianas

O primeiro comercial das Havaianas foi censurado, aí a Agência fez o segundo e arrasou! Veja os dois.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

02/10/2009 - UDI - Seminovos

Os Seminovos de Uberlândia vitoriosos. Parabéns!


A categoria Melhor Web Hit MTV 2009, foi vencida pelos Seminovos com "Escolha Seu Nerd". Stephanie Crossfox, Funk do Joel Santana, Xuxu Pantera Cor-de-Rosa e Caetano Caindo estavam entre os indicados.

02/10/2009 - Final da Novela Paraíso



"Eu imagino Deus como a fonte de toda a energia que criou e mantém o equilíbrio do universo.

Vejo Deus na flor e na abelha que lhe suga o néctar para produzir o mel; e no pássaro que devora a abelha; e no homem que devora o pássaro...e no verme que devora o homem.

Eu vejo Deus em cada estrela no céu,nas minhas noites nas pousadas, e nos olhos tristes de cada boi, ruminando na invernada...

Só não consigo ver Deus no homem que devora o homem, e por isso acho que ainda tenho muito o que aprender nesses caminhos da vida..."

02/10/2009 - UDI - França - Meus Netos

A primeira vez....Registro aqui o primeiro corte de cabelo da minha neta.

02/10/2009 - Olimpíadas 2016 no Brasil

Anúncio da escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas 2016

02/10/2009 - Olimpíadas de 28 bilhões de reais

Filme da candidatura do Rio de Janeiro para sediar as olimpiadas em 2016



São apenas sete anos para fazer em 50: Renovar o caótico sistema de transportes (foram apenas duas novas estações de metrô nos últimos oito anos), para duplicar de 48 mil vagas em hotéis, Modernizar uma infraestrutura de segurança, despoluir a Baía de Guanabara e As Lagoas da Barra, e reformar e construir 33 instalações esportivas, inclusive a Vila Olímpica. Evento vai custar R $ 28 bilhões ao país.